Em 1675, a direção da Universidade de Évora decidiu iniciar uma ampla transformação do espaço interior da aula magna, com a representação a fresco das seis ciências ministradas pela instituição: Teologia Escolástica, Teologia Moral, Filosofia, Retórica, Poesia e Gramática, com seus símbolos e dísticos.
O reitor Manuel Luís encomendou também a pintura de retratos de reis e professores jesuítas e a execução de um novo trono.
Nos tetos, o pintor Francisco Lopes, “o coxo”, representou um conjunto de emblemas onde os planetas e as constelações, com a ajuda de versos da Bíblia e dos poetas clássicos, simbolizavam a sabedoria do Espírito Santo na criação da harmonia do Universo.
Novos azulejos, com todas as cores, foram encomendados nas olarias de Lisboa para os silhares da aula magna. Segundo o historiador jesuíta Manuel Fialho, que acompanhou o andamento dos trabalhos, houve um pequeno concurso entre vários desenhos, e o autor da ideia vencedora recebeu uma justa recompensa.

Neste programa decorativo, com a representação de meninos alados, mascarões e uma profusão de enrolamentos de folhas de acanto, os azulejos acrescentaram um toque de festa e modernidade ao erudito programa iconográfico dos frescos e das telas.
Hoje, o brilhante e requintado desenho dos azulejos e das pilastras de estuque são uma pequena recordação da exuberante decoração da aula magna, onde os jesuítas assistiram à defesa das mais importantes teses de doutoramento e celebraram os principais eventos públicos da Universidade de Évora.
BIBLIOGRAFIA ESSENCIAL
MENDEIROS, José Felipe. Os azulejos da Universidade de Évora. The Tiles of the University of Evora. Évora: Universidade de Évora, 2002.